20 de maio de 2008

Indisplicência


De espacinho a espacinho ele foi se aproximando. Passou Campos olhando paisagem, São Paulo na conversa, passou Registro comendo bife a cavalo com ela, depois Curitiba, e assim vai, direção sul... ele medindo em centímetros a distância entre os seus corpos, no escuro. Numa curva investe demais. Ainda no Paraná o ônibus estacionou entre araucárias, a noite era clara e estrelas cintilavam. Acordou e saiu para o frio, sozinho, trouxe chocolate. No escuro do ônibus, espelho na outra mão, ela passava batom e seu corpo estava quente e sonâmbulo.